Saber ser livre
A cura da humanidade é
também a transformação da maneira de cada indivíduo perceber o universo
e se relacionar com ele. É um processo que exige energia, e que se
torna crítico quando o homem se apega ao que foi ou quando tem planos
sobre o que deverá ser. Mas, por outro lado, a cura segue o caminho da
evolução e para que possa realizar-se é preciso tão-somente a abertura
do ser, já que toda a vida recebe potentes impulsos em direção à meta
evolutiva.
Quando o ser inicia essa jornada,
normalmente lhe são entregues tarefas externas que constituem
importantes oportunidades. Entre outras coisas, servem para que ele
aprenda a não fazer do serviço um meio de auto-satisfação, e para isso
levam-no a passar por muitas provas, até atingir um estado em que se
faz necessário mudar a polarização de sua consciência. Chegado esse
momento, não mais lhe é possível permanecer relacionando-se com o mundo
externo a partir de projeções baseadas no que ele vinha acumulando
desde que ingressou na matéria, na grande carga pessoal e hereditária
que se formou através dos tempos. Nesse momento, pode ocorrer um
renascimento oculto.
Para que isso se possa dar, a energia
tenta desfazer no indivíduo os laços que ele mantém com o passado e com
o que ele foi até então. Tenta liberá-lo tanto quanto lhe seja possível
suportar o vazio, que, na verdade, é o berço da sua nova consciência.
Mas o homem não sabe ser livre. É mais difícil colocá-lo em liberdade
do que mantê-lo encarcerado na prisão de seus próprios conceitos. Essa
realidade obtusa é a que ainda persiste no mundo atual, porém a Graça
já iniciou sua obra, e as mudanças que promove não deixarão que tal
situação se prolongue.
Extraído do livro “A Cura da Humanidade” - Trigueirinho
Nenhum comentário:
Postar um comentário